26.7.10

What we've got here is failure to communicate

Quando estiverem junto ao carro num estacionamento e surgir uma miúda a perguntar "vais sair", convém não responderem "por acaso não tenho nada planeado, onde é que estás a pensar ir"?. É que na volta ela está apenas a procurar lugar para estacionar e gera-se ali uma situação embaraçosa. Lembrei-me de partilhar isto com vocês.

19.7.10

Quiri-quiri quiri-quiri-quiri qui

Por vezes no amor fazia mesmo falta um Falâncio. Alguém que de megafone em punho incentivasse "luta luta camarada luta".

14.7.10

Citando

(...) um exemplo contemporâneo é a contaminação cruzada da língua amorosa com a língua amistosa ou social. Chama-se "meu amor" aos cabeleireiros. "Despacha-te, meu amor, que eu estou super atrasada". Quando "meu amor" é para toda a gente, todas as palavras do vocabulário amoroso são despromovidas. "Querido" já se usa como palavra agressiva: "Ó meu querido amigo, se você não tira já daí o carro...". Na Inglaterra, love you! já se usa mecanicamente ao telefone, para indicar o fim de uma conversa. Em Portugal, ainda não chegámos a esse ponto, mas já se diz "amo-te" com grande ligeireza, no sentido de "obrigado!" ou "fizeste exactamente o que eu queria obrigada!". Diante esta apropriação, o amorês é obrigado a carregar-se de bagagens suplementares. Se "amo-te" não quer dizer nada, é preciso acrescentar: "Amo-te. Mas é a sério. É amor mesmo; amor verdadeiro". O que estraga tudo, claro.

Miguel Esteves Cardoso, na edição de segunda-feira do "Público".

5.7.10

Com dedicatória *

(...) Nesse ano, antes de um Portugal-Espanha, como começava a ser costume, as equipas perfilaram-se diante da tribuna principal para saudar as entidades oficiais, com o braço erguido. Saudação fascista que eufemisticamente se chamava... olímpica. Três jogadores, todos eles do Belenenses, treinado por Cândido de Oliveira, não fizeram a saudação de braço em riste: Artur Quaresma deixou-se ficar em sentido, José Simões e Mariano Amaro foram mais longe e cerraram os punhos! No campo, mal se deu por isso, mas, depois, a revista Stadium publicou a fotografia, com uns dedos pintados, espetados, à frente das mãos fechadas — boa terá sido a intenção, mas mau foi o retoque. Ficou o gato escondido com o rabo de fora. A bronca estoirou. Os três jogadores chegaram a ser detidos pela PIDE, para averiguações, mas acabaram libertados, salvos, afinal, pela sua qualidade de futebolistas, já que se fossem atirados para os calabouços não haveria hipótese de se encobrir o escândalo, ter-se-ia de explicar porque não jogavam nos domingos seguintes.

* Texto retirado daqui, direitinho para este post no Cinco Dias.

4.7.10

O Moutinho vai para o Porto e o Ronaldo foi pai

E dou assim por concluída a rubrica: temas para os quais estou absolutamente a borrifar-me.