13.9.08

Se no meu tempo existissem prémios de mérito o Horácio não tinha fechado

O Horácio, salão de jogos entretanto transformado em loja chinesa, funcionou na década de 90, no eixo Graça-Alfama, como o equivalente às aulas de substituição de hoje, embora em boa verdade não tivessem necessariamente de faltar os professores. E funcionava ainda como uma espécie de complemento às aulas de Educação Física, na vertente de Iniciação ao Matraquilho. Durante uma temporada equacionou-se o alargamento à Iniciação ao Snooker, mas uma ou outra experiência mal sucedida, que terminou com uma ou outra bola no passeio em frente, acabou por deitar por terra as aspirações. O Horácio permitia ainda outra actividade, bastante popular, que consistia na observação de B.B., jovem rapariga que ganhou essa designação à custa de umas maravilhas que sabia fazer com a boca e que tinha o interessante hábito de jogar nas máquinas com aquilo que em linguagem desportiva se designa como "pernas afastadas à largura dos ombros". Contudo, e mesmo falando em 50 escudos a chapa, a utilização do Horácio como espaço de ocupação de tempos livres exigia capacidade financeira. E obrigava a interessantes exercícios de criatividade para conseguir cumprir com o calendário de jogos. Actualmente a tarefa estaria muito mais facilitada. E se olhar para o futuro e ver o R. a contar aos filhos que um dia foi tão bom aluno que recebeu um diploma das mãos do Mário Lino não parece ser muito entusiasmante, já dizer que se passou uma bela temporada a jogar matrecos e quem pagou foi o Governo é mais tentador. É que a prática desportiva, seja ela qual for, fica sempre mais facilitada com a existência de "patrocínios".

1 comentário:

Samuel Filipe disse...

Deviam era dar um diploma ao Horácio! E já agora à BB porque também havia ali uma certa excelência...