30.8.13

700 km´s



Ir numa deslocação à casa de um clube rival é como um encontro amoroso. Conta-se com o planeamento na véspera, a ansiedade na espera do momento, o receio do que pode correr mal e até, porque não, a ajuda no caminho de amigos que conhecem o território. Depois, chegada a hora, é lutar pela causa, fazer o melhor e manter olho aberto contra os "apedrejamentos". No regresso a casa, mais do que o resultado, o importante é a consciência de que se esteve à altura, marcou-se presença e não se virou a cara à luta. Além do que se passa no "terreno de jogo" há tanta coisa que acontece no "beautiful game".

27.8.13

25.8.13

Criar um Monopoly das Autárquicas

Incluir as opções "vá para a prisão e candidate-se a partir de lá" e "traiu a sua mulher, recue quatro casas"

23.8.13

Em escuta ali ao lado

Espanhois que parecem os The Killers e dançam como o Ian Curtis. E não se sabe bem como a coisa até resulta bem.

22.8.13

Silly Season

Aquele momento em que perdes o teu tempo a perceber que "anda aí a circular um vídeo na net da Rita Pereira" não é aquilo que julgavas

7.8.13

Lombar

A verdade é que o Pais Jorge demitiu-se porque não lhe queriam dar a quinta e a sexta para ir ao Sudoeste

5.8.13

Autárquicas

Se fosse o Costa lançava um cartaz "Dizer Lisboa Com Todas As Letras". Só para chatear o Seara.

2.8.13

C. F. "Os Belenenses": S.A.D but true

                                          "Our football clubs are for life, not just for business"

Após três épocas de ausência o Belenenses regressa esta temporada à primeira liga. Será a primeira vez que o meu clube se apresenta a disputar este campeonato com uma empresa a ser proprietária dos seus destinos futebolisticamente falando. Já comentei aqui o assunto. Não vou alongar-me sobre o tema que mais do que argumentos é uma questão de valores, paixão e identidade.

Vou sim comentar aquilo que em outros tempos, com direcções eleitas em sufrágio, seria motivo para erguer as mãos à cabeça e lançar lamentos de má sorte: a péssima preparação que está a ser feita da nova época, com reforços a chegarem a conta-gotas a cerca de 15 dias do arranque, a forma inacreditável com que foi encarado o suposto "jogo de apresentação" - a dada altura, e tendo em conta a inexistência, em outras coisas, de um speaker julguei que era para apresentar os sócios ao novo bar e o bar aos sócios - e da ausência (uma vez mais) de uma política de angariação de adeptos.

Mas aparentemente está tudo bem em nome da "gestão profissional" da coisa (afinal vai existir outro "jogo de apresentação" e este sim é a valer e até já circula um vídeo lá no Facebook sobre o cartão de época). Actualmente a maioria dos adeptos do Belenenses, salvo honrosas excepções, tem uma noção do seu papel de adepto mais ou menos ao nível daquelas pessoas que batem palmas nos programas da manhã. A diferença é que essas ainda recebem qualquer coisinha pela tarefa enquanto no Restelo é apenas aplaudir em nome não se sabe bem do quê. Ou talvez até se saiba e as raízes da questão são no fundo uma espécie de desígnio nacional: a ideia de que existe alguém que toma conta de nós.

É no fundo algo bem português e que explica termos tido uma ditadura que governou durante mais de 40 anos ou actualmente observarmos sem grande contestação a ingerência do FMI cá no burgo. Afinal "eles é que sabem". "Deixem os homens trabalhar que finalmente alguém põe isto na ordem" como se tudo aquilo que seja exterior a nós, seja num clube seja no país, parece ser visto com outros olhos.

Em Belém o grande (e único) argumento para a entrada de Rui Pedro Soares no clube foi basicamente "eu tenho dinheiro e resolvo os vossos problemas". Algo que afinal parece nem ser bem assim pois o orçamento para esta época situa-se entre os mais baixos porque......não há dinheiro. O que torna difícil aquela ambição que fez letras gordas nos jornais "quero construir a melhor equipa dos últimos 40 anos". O que, trocado por miúdos e poupando-vos a ida à Wikipedia significa ser campeão ou vice-campeão.

Mas lá segue a malta contente, a suspirar (mendigar) por empréstimos de outros clubes e depositando esperanças num Miguel Rosa que de repente ganhou um estatuto de génio do esférico. Enquanto isso vão-se repetindo, aqui e ali, mentiras que de tantas vezes multiplicadas correm o risco de transformar-se em verdades, como a que o Belenenses no plano desportivo, antes da entrada desta empresa na SAD, estava a um passo da II B. Falso e injusto para o treinador Marco Paulo que deixou a equipa no 4º lugar após uma brilhante segunda volta, onde espreitou a subida até bem perto do fim.

Nas redes sociais prolonga-se um eterno "Amen" a Rui Pedro Soares e os críticos da gestão são apontados como inimigos. Mesmo que muitos deles sejam adeptos há longos anos, com km´s nas pernas de apoio ao clube, e o cavalheiro que se senta na cadeira do poder ainda há pouco tempo recebia o Dragão de Ouro das mãos de Pinto da Costa com um cachecol do FC Porto ao pescoço.

Dizem que o problema é meu. Sou demasiado fanático. Radical. E vivo numa utopia sobre o futebol. Que isto é essencialmente uma "indústria de entretenimento". E que os tempos modernos não são dados a paixões clubísticas. Talvez. Lembro-me sempre do Nick Hornby no seu "Fever Pitch":

"Vou ao futebol por montes de motivos, mas não para me divertir, e quando olho em volta num sábado e vejo aqueles rostos sombrios de pânico, reparo que os outros sentem o mesmo. Para o adepto empenhado, o futebol como entretenimento existe tanto como aquelas árvores que caem a meio da selva: presumimos que isso acontece, mas não estamos em posição de apreciá-lo. Os jornalistas desportivos e os coríntios de poltrona são os índios da Amazónia que sabem mais do que nós - mas noutro aspecto sabem muitíssimo menos".