5.10.08

É preciso ser idiota para esperar até Outubro para ver isto

A casa nocturna
Boite falada
Lugar de má fama
Com as portas abertas
Durante a noite
Entra quem quiser
Porém nessa noite
Sem que eu esperasse
Entrou uma dama
Fiquei abismado
Porque se tratava
De minha mulher

Ela se cansou
De dormir sozinha
Esperando por mim
E nessa noite
Resolveu dar fim
Na sua longa e maldita espera
Ela não quis mais
Levar a vida de mulher honrada
Se na verdade
Não adiantou nada
Ser mulher direita
Conforme ela era
Ela decidiu abandonar o papel de esposa
Para viver entre as mariposas
Que fazem ponto naquele lugar
A minha vida
Muito mais errante
Agora continua
Transformei a esposa
Em mulher da rua
Na mais nova dama
Do Som de Cristal


Sobre "Aquele Querido Mês de Agosto" até parece mal falar nesta altura. Só mesmo um desgraçado de um ignorante como eu é que espera até Outubro para ver o filme. Devia estar alguém à entrada do Nimas a mandar pauladas a quem entra. Até podia ser o Paulo Moleiro, o homem que ainda não é obrigado a trabalhar aos fins de semana e por isso pode iniciar as suas maratonas de álcool no café do Couves às sextas-feiras e apenas dar a tarefa por terminada aos Domingos. Ainda que por vezes isso obrigue a só aparecer no trabalho às terças ou segundas após o almoço. "Mas nas calmas". Provavelmente o homem que melhor conhece o Rio Alva, ainda que o álcool "altere um pouco" as capacidades. Fica ainda do filme o primeiro contacto com o universo de Marante. Eu, um gajo razoavelmente conhecedor das músicas em questão, espectador habitual do Made in Portugal - o que é feito do Carlos Ribeiro? - que foi assim o primeiro programa ao estilo "Liga dos Últimos", ainda que aqui os convidados fossem a estúdio quando o sucesso o justificava e não pelas derrotas que atiram equipas para o fundo da tabela classificativa, não tinha aberto os olhos para a música "Som de Cristal". Não é difícil perceber pela letra que se trata de uma importação do Brasil. Que a coisa não saiu da criatividade do Marante. Mas foi uma feliz descoberta. Faz mesmo falta músicas que analisem melhor esse fenómeno das mulheres que cansadas de esperar pelos maridos decidem virar putas. Podia fazer as malas e ir embora. Mas não. A raiva é tanta ao marido - e aqui já sou eu a dar largas à capacidade de análise - que dizem para elas "ai não vens para casa então vou ali à boite aviar uns gajos". É uma filosofia interessante do ponto de vista financeiro. Provavelmente, equacionado esta realidade, a questão da alteração à Lei do Divórcio ganha novos argumentos.

1 comentário:

Maria Poppins disse...

Saudades do Carlos Ribeiro? E então do mítico Luis Pereira de Sousa a as suas referências às "genitálias desnudadas" nas apresentações do Carnaval Brasileiro?